Fique claro que nada tenho contra Marco Horácio - que até parece ser uma pessoa divertida - ou contra quem inventou esta tirada humorística chamada Rouxinol Faduncho; nada.
Este "Contra-Mão" existe apenas pela surpresa - sem ser muito grande, admito - de ver um produto tão recente e deste tipo, humorístico, chegar com tanta facilidade ao top ten de vendas nacional - mesmo com toda a divulgação que teve; repito, nada tenho contra Marco Horácio ou contra quem inventou esta tirada humorística chamada Rouxinol Faduncho. Mesmo assim, ingénuo, aindo me surpreendo quando um produto do tipo "Grandes Êxitos" de Rouxinol Faduncho chega onde realmente já chegou. Tenho para mim que isto é mais profundo do que parece e encerra em si um verdadeiro paradigma sociológico. Sabendo da razoável aceitação da música humorística entre o público português - falo de um Quim Barreiros, não tanto de uns Ena Pá 2000, outro paradigma, este mais ligeiro - constata-se por outro lado, que um povo que é tantas vezes (auto)apelidado de tristonho - de tristes mesmo, pessimistas, carrancudos - tem espaço para momentos de algum riso, geralmente fácil é verdade - alguns programas da televisão são disso também um bom exemplo quando recorrem insistentemente ao anedotário nacional; efectivamente, ou andamos todos muito enganados na auto-imagem que possuímos ou apenas utilizamos estes produtos para nos enganarmos e nos compensarmos. Não sei, mas tenho para mim que esta tem antes de tudo uma razão cultural, histórica - não querendo reduzir em demasia esta questão.
Tudo isto, lembro, porque os "Grandes Êxitos" de Rouxinol Faduncho já vai em 8º lugar na lista lusitana de vendas - bem sei que basta espalhar uns bons caixotes de CD's por esses hipermercados fora para que a coisa se dê; bem sei mas mesmo assim...
Nada tenho contra Marco Horácio ou contra quem inventou esta figura humorística chamada Rouxinol Faduncho, até porque antes de tudo, presumo que tal faça muita gente feliz e isso, só por si, deve ser valorizado - nisto também a sério; mas depois, e isso às vezes entristece, desilude, tem a ver com um certo estado de ser - vivo - cultural, de crescer, de alargar horizontes, não de trocar de horizontes, de alargar...o espaço deveria ser igual para todos.
Este "Contra-Mão" existe apenas pela surpresa - sem ser muito grande, admito - de ver um produto tão recente e deste tipo, humorístico, chegar com tanta facilidade ao top ten de vendas nacional - mesmo com toda a divulgação que teve; repito, nada tenho contra Marco Horácio ou contra quem inventou esta tirada humorística chamada Rouxinol Faduncho. Mesmo assim, ingénuo, aindo me surpreendo quando um produto do tipo "Grandes Êxitos" de Rouxinol Faduncho chega onde realmente já chegou. Tenho para mim que isto é mais profundo do que parece e encerra em si um verdadeiro paradigma sociológico. Sabendo da razoável aceitação da música humorística entre o público português - falo de um Quim Barreiros, não tanto de uns Ena Pá 2000, outro paradigma, este mais ligeiro - constata-se por outro lado, que um povo que é tantas vezes (auto)apelidado de tristonho - de tristes mesmo, pessimistas, carrancudos - tem espaço para momentos de algum riso, geralmente fácil é verdade - alguns programas da televisão são disso também um bom exemplo quando recorrem insistentemente ao anedotário nacional; efectivamente, ou andamos todos muito enganados na auto-imagem que possuímos ou apenas utilizamos estes produtos para nos enganarmos e nos compensarmos. Não sei, mas tenho para mim que esta tem antes de tudo uma razão cultural, histórica - não querendo reduzir em demasia esta questão.
Tudo isto, lembro, porque os "Grandes Êxitos" de Rouxinol Faduncho já vai em 8º lugar na lista lusitana de vendas - bem sei que basta espalhar uns bons caixotes de CD's por esses hipermercados fora para que a coisa se dê; bem sei mas mesmo assim...
Nada tenho contra Marco Horácio ou contra quem inventou esta figura humorística chamada Rouxinol Faduncho, até porque antes de tudo, presumo que tal faça muita gente feliz e isso, só por si, deve ser valorizado - nisto também a sério; mas depois, e isso às vezes entristece, desilude, tem a ver com um certo estado de ser - vivo - cultural, de crescer, de alargar horizontes, não de trocar de horizontes, de alargar...o espaço deveria ser igual para todos.
"Grandes Êxitos" - Rouxinol Faduncho (2005/Som Livre)