Uma delícia. Singela.
Muitas vezes, nos últimos dias, me sento fascinado a ouvir "Huntclub" - o me sinto também servia, claramente. Entre várias coisas, penso sobre que singularidade atravessa o som dos Stowaways que os transforma numa das bandas mais interessantes do actual panorama musical lusitano - sentimentos? Nuno Sousa (voz, guitarra e teclas), Pedro Gonçalves (guitara), Sérgio Seabra (baixo) e João Carujo (bateria), com a participação de Fred no piano em "Deux Femmes" e João Covita no acordeão em "Military Waltz", "Charity Fucker" e "Deux Femmes", completam a actual trupe dos Stowaways.
A banda nasceu em 2001, em Matosinhos, em 2002 venceram a oitava edição do festival Termómetro Unplugged e em 2003, com o split-CD com os Alla Polacca - "We Have Made Thousands of Lonely People Happy - Why not you?" - deixaram-nos verdadeiramente de sobreaviso. A mim deixou, até hoje. Depois disso e lançado finalmente "Huntclub", há uma pergunta que se me impõe: valeu a pena a espera? Se valeu?
Ainda sentado - ainda, recostado no sofá e de olhos momentaneamente fechados, vem-me à memória a TV de há 30 anos, as imagens de uma rua antiga, a noite, as festas, o cinema de outros tempos, a vida de outros tempos feita realidade. Chama-se a isto o fascínio de um retro-pop feito num qualquer folk de tez modernista...original.
Ao todo são 16 temas. Melhor, são 16 canções. São de canções que falamos, cançõs consistentes, escorreitas, todas belas e diferentes - sim, quase todas. "Huntclub" é um disco vivo que vive em viagem pelo mundo, de norte a sul, de este a oeste, quase sem eira nem beira - para o caso, felizmente, numa serenidade e frescura abismal. De energia igual. Se a pop pode ser nova, viva e cativante, Stowaways andam perto da pólvora - pertíssimo. Da voz carismática de Nuno Sousa, passando pela especificidade dos arranjos, este é um disco de imagens, desprendido, que corre géneros e estilos de uma ponta a outra numa síntese criativa. Stowaways vive brilhantemente num cruzamento de estéticas - do Rio de Janeiro aos Balcãs com paragem em Paris, a festa vive-se cá, afinal. No fim, encontramos um som único, marcado pela exploração da influências várias e condimentado pelos pormenores dos coros, do acordeao, do piano, do trabalha do baixo, da marcação da bateria e de algum ambiente sintetizado - cantado ou instrumental. Uma delícia para ser disfrutada calmamente.
Há muito que o sofá deixou de sentir o meu peso, o recosto, agora danço ao ritmo da louca valsa...de outra coisa qualquer.
Claro que valeu a espera.
Ouvir alguns sons de "Huntclub" no MySpace.
Muitas vezes, nos últimos dias, me sento fascinado a ouvir "Huntclub" - o me sinto também servia, claramente. Entre várias coisas, penso sobre que singularidade atravessa o som dos Stowaways que os transforma numa das bandas mais interessantes do actual panorama musical lusitano - sentimentos? Nuno Sousa (voz, guitarra e teclas), Pedro Gonçalves (guitara), Sérgio Seabra (baixo) e João Carujo (bateria), com a participação de Fred no piano em "Deux Femmes" e João Covita no acordeão em "Military Waltz", "Charity Fucker" e "Deux Femmes", completam a actual trupe dos Stowaways.
A banda nasceu em 2001, em Matosinhos, em 2002 venceram a oitava edição do festival Termómetro Unplugged e em 2003, com o split-CD com os Alla Polacca - "We Have Made Thousands of Lonely People Happy - Why not you?" - deixaram-nos verdadeiramente de sobreaviso. A mim deixou, até hoje. Depois disso e lançado finalmente "Huntclub", há uma pergunta que se me impõe: valeu a pena a espera? Se valeu?
Ainda sentado - ainda, recostado no sofá e de olhos momentaneamente fechados, vem-me à memória a TV de há 30 anos, as imagens de uma rua antiga, a noite, as festas, o cinema de outros tempos, a vida de outros tempos feita realidade. Chama-se a isto o fascínio de um retro-pop feito num qualquer folk de tez modernista...original.
Ao todo são 16 temas. Melhor, são 16 canções. São de canções que falamos, cançõs consistentes, escorreitas, todas belas e diferentes - sim, quase todas. "Huntclub" é um disco vivo que vive em viagem pelo mundo, de norte a sul, de este a oeste, quase sem eira nem beira - para o caso, felizmente, numa serenidade e frescura abismal. De energia igual. Se a pop pode ser nova, viva e cativante, Stowaways andam perto da pólvora - pertíssimo. Da voz carismática de Nuno Sousa, passando pela especificidade dos arranjos, este é um disco de imagens, desprendido, que corre géneros e estilos de uma ponta a outra numa síntese criativa. Stowaways vive brilhantemente num cruzamento de estéticas - do Rio de Janeiro aos Balcãs com paragem em Paris, a festa vive-se cá, afinal. No fim, encontramos um som único, marcado pela exploração da influências várias e condimentado pelos pormenores dos coros, do acordeao, do piano, do trabalha do baixo, da marcação da bateria e de algum ambiente sintetizado - cantado ou instrumental. Uma delícia para ser disfrutada calmamente.
Há muito que o sofá deixou de sentir o meu peso, o recosto, agora danço ao ritmo da louca valsa...de outra coisa qualquer.
Claro que valeu a espera.
Ouvir alguns sons de "Huntclub" no MySpace.
"Huntclub" - Stowaways (Transformadores, 2006)
01 The Wedding Thimble
02 Prince Charming
03 Learn To Get What You Want Out Of Life
04 A Slice Of The Bride
05 Military Waltz
06 Trustworthy
07 Charity Fucker
08 Deux Femmes
09 I'm Not Moved
10 Guilt & Deceit
11 Prisioner's Song
12 Reputation March
13 Ghost In The Kitchen
14 I Don't Wanna Hear You Sing
15 Evening Prayer
16 The Landlord
Alternativa
www.transformadores.cpt