BIORRITMO SONORO"Ao Virar a Esquina" - Os Seis Graus de Separação
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Não é fácil encontrar razões que levem a sentir este "Ao Virar a Esquina" como um disco resistente ao presente, ao futuro. Quase sempre sombrio, tristonho, de ritmo indolente, há em todo o disco de Os Seis Graus de Separação uma força energética diria...negativa. É mau?, depende.
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Último projecto do bracarense Paulo Trindade (Rua do Gin, Baile de Baden-Baden entre outros), Os Seis Graus de Separação tem na crueza e frontalidade das letras um dos aspectos mais interessantes; sente-se aquela Portugalidade. É um disco emocional, sincero na mensagem e verdadeiro no sentimento. O fado.
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A originalidade não é muita (também não me parece que fosse essa a intenção), mas a forma geralmente desprendida, solta como a música nos surge, a letra, a interpretação e toda a musicalidade em geral, faz deste "Ao Virar a Esquina" não um disco perfeito mas um disco despertador de alguma curiosidade. Desperta mesmo, diria que prolonga a ideia de uma certa forma de fazer música em português tipicamente minhota.
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