Avançar para o conteúdo principal

CRÍTICA"Exílio" - Quinteto Tati


O que dizer?
O que dizer de um disco que explana originalmente o cruzamento fértil de uma extraordinária geometria das palavras com a segurança, diversidade e riqueza das instrumentalizações e uma certa multiplicidade sonora, que vai da valsa ao swing, da bossa nova ao samba, do jazz a um certo tipo de música popular portuguesa. Pouco há a dizer senão, bravo!
E depois temos o carisma artístico de J.P.Simões, divinal na interpretação de mais do que uma mão cheia de músicas, expressão musical de uma constante viagem no tempo, sem local fixo, imagem continuada de uns certos Belle Chase Hotel perdidos no tempo mas a cantar nos braços da lusofonia.
Sim, porque aqui, no exílio, tudo vive na língua de Camões, num disco que só poderia mesmo ser cantado na língua lusíada. Um disco de amor e humor, suor sexo e muita poesia, de noite e de dia, "Exílio" leva-nos para lá de uma certa realidade, presente de uma vida diferente, de noite e de dia, por palavras cheias de poesia.
Um dos discos do ano!

"Exílio" - Quinteto Tati (2004/Transformadores)

01 Valsa quase antidepressiva
02 Rumba dos inadaptados (ou a morte do jovem contribuinte)
03 Suor e fantasia
04 Carta tardia
05 Domingo sem Deus
06 Um fado qualquer
07 A flor da vida, a arte do encontro, etc.
08 No Jazz
09 Vai já passar
10 Inventário marítimo
11 Uma para o caminho
12 Créditos finais

Sítio: www.transformadores.pt

Mensagens populares deste blogue

RECORDAÇÕES|"Anonimato" - Anonimato

A recordação ou o regresso ao Alentejo; o de sempre, aquele do suor, das noites frias de Inverno, da vadiagem...de tudo. Mas...regressando à música, algum espaço para os Anonimato; fenómeno especialmente regional - e que fenómeno - os Anonimato foram durante os anos de 1990 a 1997 um dos grandes - se não os maiores - embaixadores do pop-rock alentejano - sim, alentejano, neste âmbito até faz sentido. Com dois álbuns editados durante a sua curta carreira, este, o homónimo, traz os temas pelos quais o quarteto bejense mais ficou conhecido e que maior furor fizeram por esse Baixo Alentejo fora: "Sei que não sou" - pois claro, "Gravatas" e "Grão de Amor". Mas porquê? Não sei, senão as recordações que trazem, o que fazem sentir, a agradável textura pop que acompanha boa parte daquelas sinceras palavras lusas; bem medidas, bem sentidas. Depois, ainda h...

AVISOS À NAVEGAÇÃO|http://a-trompa.net

A trompa morreu, a trompa renasceu! O blogue a trompa tem uma casa nova; mais arrumada, sem blogspot e com algumas novidades. Agora integrado na rede de blogs nacionais, TubarãoEsquilo, aumenta também a esperança de poder levar a música portuguesa a públicos mais diversificados. Foi um fim-de-semana intenso mas ela aí está, a nova trompa, com todos os seus 6.675 posts: http://a-trompa.net - agora, façam o favor de actualizar os vossos links! http://a-trompa.net

EM SÍNTESE|"Fellatrix Discordia Pantokrator" - Filii Nigrantium Infernalium

Pensei; Dia da Criança, Dia da Criança...lá está, é dia de Filii Nigrantium Infernalium; andava há dias a pensar em trazê-los de volta! " Os FILII NIGRANTIUM INFERNALIUM são uma banda de ANARKO BLACK-METAL SATÂNICO, criado fora de qualquer rebanho, deus ou pátria que seja, tumulares e em QUEDA rápida rumo à grande vala " ( 1 ). Pois. Longe vão os tempos da maqueta “Os Métodos do Pentagrama” (1993); em "Fellatrix Discordia Pantokrator", os Filii Nigrantium Infernalium de Belathauzer (voz e guitarra), Andremon (voz e guitarra), Helregni (baixo) e Gorg (bateria), banda formada em 1991, oferecem-nos um documento interessante. Não é um documento de consumo imediato, naturalmente, mas um documento muito interessante. Composto por 9 temas do mais obscuro death metal , "Fellatrix Discordia Pantokrator" é marcado igualmente - e positivamente - por utilizar o português como forma de expressão - "Bordel no Éden", "Morte Geométrica", "Cães de...